Itinerary: what to do on a trip to Flores Island?
No extremo ocidente da Europa, a Ilha das Flores combina a herança portuguesa com uma geografia impressionante, proporcionando aos visitantes uma imersão única em paisagens vulcânicas e tradições açorianas
(Créditos: pkazmierczak/iStock)
A Ilha das Flores, a mais ocidental do Arquipélago dos Açores, com uma vizinhança restrita, revela uma beleza e geografia singulares. Pequena em extensão, compensa com paisagens exuberantes e uma incrível biodiversidade, tornando-a um tesouro natural. Reconhecida como Reserva da Biosfera pela UNESCO desde 2009, a ilha encanta pela intensa atividade vulcânica, marcada por lagoas, formadas em crateras e águas cristalinas em azul-turquesa e verde-esmeralda, cascatas, escarpas e fajãs.
Está localizada onde a Europa se despede e o oceano Atlântico convida a um novo mundo, cravada no Ilhéu de Monchique, e, mesmo que repouse sobre a placa tectônica norte-americana, mantém-se fiel a Portugal. Na zona oeste dos Açores, a Ilha das Flores é o destino perfeito para quem visa estar em contato com a natureza em sua forma mais pura sem sair do país.
Quando visitar e como chegar à Ilha das Flores?
Os meses mais recomendados para visitar a Ilha das Flores estendem-se de maio a outubro. Durante esse período, o clima é mais ameno, com temperaturas agradáveis e menor probabilidade de chuvas intensas. No entanto, junho e setembro costumam ser os meses mais populares, oferecendo equilíbrio entre bom tempo, águas convidativas e menor concentração de turistas. Caso queira viver tradições locais, algumas festividades merecem destaque:
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Maio e junho: Festas do Espírito Santo, uma celebração religiosa com procissões e eventos culturais em diversos locais da Ilha das Flores.
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3º fim de semana de julho: Festa do Emigrante, uma homenagem aos emigrantes, com música, dança e atividades que celebram a cultura açoriana.
Para chegar à região, é necessário fazer uma escala em outra ilha do Arquipélago dos Açores. As principais opções de voos partem de Lisboa e Porto, com destino a Ponta Delgada (São Miguel), Lajes (Terceira), Pico ou Horta (Faial). É importante ressaltar que os lugares nesses voos são limitados, por isso indica-se reservar a passagem com bastante antecedência para garantir a vaga.
O que não deixar de fazer na Ilha das Flores?
Para começar, é impossível perder as piscinas naturais de Fajã Grande, formadas por finas linhas brancas de água que descem pelas falésias verdes, inclusive são alguns dos cartões-postais da região. Em um dos recantos mais isolados da Ilha das Flores, os mergulhos serão inesquecíveis. Para os mais aventureiros, é possível explorar trilhas como a que liga Fajã Grande a Ponta Delgada – são 13 km em direção ao norte.
Seguindo a Estrada da Ponta, pelas margens da espetacular queda d’água do Poço do Bacalhau, chega-se à Ponta da Fajã. Neste local remoto, está a Igreja de Nossa Senhora do Carmo, um pequeno e belo templo de arquitetura simples. A comunidade local é composta por apenas seis famílias, que residem em casas dispersas entre a igreja e a falésia.
Outra parada obrigatória são as caldeiras e lagoas vulcânicas, provavelmente os maiores atrativos da Ilha das Flores. A Lagoa Comprida é deslumbrante, e sua forma parece com uma estrela, contrastando com a vizinha Lagoa Negra. As duas estão situadas na Reserva Florestal Natural do Morro Alto e Pico da Sé.
A Lagoa Negra possui águas escuras e profundas, com um visual único, especialmente quando vista do miradouro que separa as duas. Enquanto isso, a Lagoa Funda, em meio a escarpas verdejantes, é um espetáculo à parte. De perto, a beleza é inegável. Mas, quando vista de longe, revela uma grandiosidade ainda maior, quase como um espelho celestial, pois a profundidade e a imponência da caldeira são impressionantes. No total, são 7 lagoas instaladas nas caldeiras de vulcões inativos – há beleza e características distintas em cada uma delas.
Não deixe de conhecer a história da Ilha das Flores. No charmoso Convento de São Boaventura, em um ambiente que respira tradição e cultura, o Museu das Flores retrata em um panorama completo a evolução da comunidade, desde os primórdios até os dias atuais. Um dos outros destaques que ganha vida nas paredes do espaço é António Freitas, pirata lendário cujo corpo está no Mosteiro.
A narrativa de António Freitas, repleta de mistérios e aventuras, é contada por meio de objetos e documentos que ajudam a construir uma imagem vívida desse personagem. Além disso, está exposta uma coleção de artefatos como utensílios domésticos, ferramentas agrícolas e peças de vestuário, que demonstram o modo de vida tradicional de quem vive na Ilha das Flores.
Por fim, quando se trata de um tour gastronômico, o município Lajes das Flores permite fácil acesso aos principais pontos turísticos da Ilha das Flores, com uma vila que encanta pela comida. Restaurantes como O Forno Transmontano, com pratos típicos da região, Casa do Rei, que usa ingredientes orgânicos e locais, e Cana Roca, para experimentar as melhores pizzas da Ilha, proporcionam cardápios deliciosos.